07/02/2019 16:41

Bancários estão cada vez mais doentes por causa do excesso de trabalho, apontam pesquisas

undefined

Acesse as redes da Apcef/RJ:

 

tyty.jpg

De acordo com levantamento feito pelo INSS, em oito anos, o número de bancários que foram afastados de seus postos de trabalho por adoecimento teve um aumento de cerca de 30%, passando de 13.297 em 2009, para 17.310 em 2017. Sendo 61,5% dos casos relacionados a transtornos mentais e 13% a lesões por esforço repetitivo. Na Caixa, uma pesquisa encomendada pela Fenae (Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal) constatou que 1/3 dos empregados teve problemas de saúde relativos ao trabalho.

Na pesquisa Saúde do Trabalhador da Caixa 2018, foi apontado que 1/3 dos empregados teve problemas de saúde relacionados ao trabalho, e em 60,5% dos casos, os trabalhadores do banco tiveram doenças psicológicas ou causadas por estresse.

Um conjunto de propostas para melhorar as condições de saúde do quadro de pessoal da CEF foi entregue à direção do banco, pela Fenae, em 25 de outubro de 2018. Agora, no dia 1º de fevereiro, durante reunião da 1ª rodada de negociação, a CEE/Caixa (Comissão Executiva dos Empregados) também entregou o documento aos representantes da CEF.

Analisando as estatísticas, é evidente que as causas estão relacionadas com as principais reivindicações dos trabalhadores nas agências bancárias: não a pressão por cumprimento de metas, assédio moral e sobrecarga de trabalho.

“Os bancos fazem parte de um dos maiores setores que mais arrecadam no País, e visando principalmente a lucratividade, pouco investem na saúde do quadro de funcionários. O papel do movimento trabalhista é fundamental para a reversão desse quadro”, destaca Paulo Matileti, Presidente da APCEF/RJ.

O aumento do número de trabalhadores adoecidos é reflexo não só da ótica excessivamente lucrativa da diretoria do banco, como também dos desligamentos em massa, impulsionadas pelos PDVs (Planos de Demissão Voluntária). Uma vez que o banco demite mais do que contrata, sobra aos empregados a sobrecarga devido ao acúmulo de trabalho.

Uma das principais pautas atualmente reivindicadas pelos representantes do banco é a convocação dos aprovados no concurso em 2014. Recentemente, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, anunciou que a CEF pretende realizar a convocação, mas não informou quando.

Números podem ser ainda maiores
O levantamento se refere apenas aos bancários afastados pelo INSS. Os trabalhadores que não têm os benefícios concedidos ou que mesmo doentes nunca acionaram a Previdência Social, não foram contabilizados na pesquisa encomendada pela Fenae. Logo, os números alarmantes apresentados podem ser ainda maiores. A não inclusão desses empregados nos dados oficiais é chamada de subnotificação.

Compartilhe