19/11/2021 15:00

Dia da Consciência Negra: conheça expressões escravistas que devem ser evitadas

undefined

Acesse as redes da Apcef/RJ:

WhatsApp Image 2021-11-17 at 08.50.18.jpeg

O Dia da Consciência Negra foi estabelecido em razão do assassinato, ocorrido em 20 de novembro de 1695, de Zumbi dos Palmares, líder da resistência negra durante o regime escravista brasileiro. O objetivo da data é refletir sobre igualdade racial, equidade de direitos e a inserção dos negros nos mais diversos setores sociais.

No Brasil, foram mais de 300 anos de escravatura, e, consequentemente, acarretou em forte carga cultural, carregada até hoje. É necessário falar contra o racismo estrutural, principalmente ao identificar que a própria Língua Portuguesa ainda carrega diversas expressões que têm sua origem no período escravista ou associam o povo negro a condições pejorativas.

Conheça alguns dos termos que passam despercebidos no dia a dia do brasileiro, mas contam muito sobre a história de um país marcado pela escravidão:

1) Mulata: a palavra mulata faz referência ao animal mula. No Brasil, o adjetivo mula era usado para se referir as mulheres negras, ou oriundas de um relacionamento mestiço, de forma pejorativa.

2) Denegrir: o significado do verbo denegrir é utilizado como sinônimo de difamar, mas a etimologia da palavra significa tornar negro. A expressão, portanto, faz uma relação entre a negritude e algo maldoso ou negativo.

3) Doméstica: a palavra doméstica se refere às mulheres negras que trabalhavam dentro da casa das famílias brancas e eram consideradas domesticadas, já que os negros eram vistos como pessoas selvagens.

4) Meia tigela: a expressão meia tigela é uma herança do período escravista. Naquela época, os negros que não conseguiam cumprir as metas de trabalho, recebiam apenas metade da porção de comida e eram apelidados de meia tigela. O termo se refere a algo sem valor, medíocre.

5) Inhaca: Inhaca é o nome de uma ilha de Moçambique, país da África Ocidental. Desde a época colonial, o termo é usado para falar de algo com cheiro forte, desagradável. A expressão reforça preconceitos ao associar a ilha, onde a população é majoritariamente negra, a algo desagradável e nojento.

“É muito importante tomarmos conhecimento para que possamos evitar qualquer tipo de discriminação racial. Além disso, celebrar o Dia Nacional da Consciência Negra é relembrar a importância do cidadão preto para nossa cultura. É tempo de exercitar a frase: ‘Achar que o racismo não existe, significa compactuar com ele’”, declara Paulo Matileti, presidente da APCEF/RJ

 

Compartilhe