09/11/2021 09:00

Talentos Fenae/Apcef 2021: De Bila é finalista na categoria Literatura. Leia e vote!

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De Bila, como é chamado artisticamente Jose Carlos da Costa Batista, sempre gostou de escrever poemas e canções. No ano passado, o associado da APCEF/RJ venceu a etapa estadual na categoria Literatura. Neste ano, concorre na etapa nacional do Talentos Fenae/Apcef 2021 na categoria Literatura com o Conto/Crônica “Os que conhecem o caso”.

De Bila conta que “foram incríveis longos 35 anos para chegar ao resultado final” e que a inspiração para escrita surgiu de um fato vivenciado em sua juventude. Ao longo do tempo, o artista adicionou a sua escrita elementos ficcionais e acrescentou lembranças que vinham à mente dele.

A avaliação e classificação das obras na etapa nacional serão feitas através de votação popular e do júri técnico. A votação popular acontece na plataforma on-line (https://talentos.fenae.org.br) e será encerrada no próximo dia 19 de novembro. Para votar, basta usar o login Fenae (antigo Mundo Caixa) ou do Facebook. Participe da votação. Vote nos artistas da Caixa representantes da APCEF/RJ.

Para ter acesso à obra de De Bila, acesse o link: https://talentos.fenae.org.br/Detalhe/Literario/13199.

Confira na íntegra o poema “Os que conhecem o caso”:

Os que conhecem o caso contam que a filha do faroleiro do Farol de São Thomé era uma moça prendada. Bonita de doer a vista, trazia na face o frescor da primavera e no corpo a sensualidade de uma tarde de verão.
Os que conhecem o caso contam que tudo teve início numa certa manhã de domingo. Para alguns foi o acaso, para outros, o destino. O filho do prefeito de Paracambi sequer conhecia a praia do Farol. A caminho de Guarapari, no Espírito Santo, vindo das bandas do Rio, desviara-se da rota para atender a um amigo cuja condução, que doidice, não atrasara a partida.
Os que conhecem o caso contam que a filha do faroleiro, naquele dia, folga de estudo, de missa, de compromissos, espreguiçava o andar no calçadão sob a sombra das casuarinas e, num repente, dá de cruzar os olhos com aquele moço desconhecido.
Os que conhecem o caso asseguram que foi paixão à primeira vista. No que cruzaram os olhos, afirmam, entrecruzaram suas vidas. E o filho do prefeito de Paracambi desistiu de Guarapari e se instalou no verão do Farol.
Os que conhecem o caso contam que a partir de então quem procurasse pela filha do faroleiro dava de cara e de corpo com o filho do prefeito de Paracambi: na varanda ; nos clubes; nos bares; nos bailes; nas quadras de esportes; e principalmente na orla da praia, orla comprida de perder de vista.
Os que conhecem o caso contam que certa noite de luau na praia, verão já no finzinho, os dois foram vistos caminhando em direção ao afastamento do grupo, mais pras bandas do contrário da agitação... e foram caminhando, caminhando, até que não mais se via a filha do faroleiro e nem mais se via o filho do prefeito de Paracambi. Mas sabiam que estavam lá. Pras bandas do mais escuro, pros lados do mais distante, onde os corpos se unificam e as mãos viajam sem mapa, sem luz e sem guia.
Os que conhecem o caso contam que a filha do faroleiro do Farol de São Thomé deixou de ser moça prendada pra se tornar moça falada. Trazia agora na face uma tristeza invernal e quase como na canção cantada por Chico, os seus muitos vestidos iam ficando cada dia mais curtos.
Os que conhecem o caso contam que o filho do prefeito de Paracambi nunca mais foi visto pelas bandas do Farol, a não ser nos traços genéticos que o pequeno Bruno carrega em seu viver.

 

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