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Aconteceu na última quinta-feira (3), a primeira reunião da mesa permanente de negociações entre a Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa) e a direção do banco. No encontro, foram debatidas questões como o teletrabalho, banco de horas, metas, contratações e reforço nos protocolos contra a COVID-19. A Comissão também reivindicou mais respeito e transparência com os empregados.

O debate iniciou já com a CEE/Caixa pontuando a falta de postura do banco em relação à charge publicada no jornal A Tarde, a qual criticava os trabalhadores da empresa. Para a Comissão, faltou posicionamento da Caixa em defender seus empregados. Outra questão abordada foi o início da mais recente reestruturação - da qual a direção do banco, por sua vez, se esquivou por não assumir a existência do processo. A Caixa afirmou que a ação seria uma continuidade do movimento iniciado no ano passado diante da necessidade de reduzir custos, mas não explicou se houve negociação prévia com os trabalhadores e as áreas envolvidas.

O teletrabalho foi uma das principais pautas levantadas no debate. A direção da Caixa apresentou uma proposta de modelo híbrido - parte presencial, parte em home office, definido de acordo com pesquisa realizada pelo banco. Contudo, a proposta apresentada não permite o controle da jornada. O banco argumentou que o aumento na flexibilidade iria proporcionar mais autonomia para os empregados, mas na verdade, a obrigatoriedade de adesão à proposta dá brecha para uma carga de trabalho maior, além de problemas no pagamento das horas extras. Assim, a Comissão reforçou que o teletrabalho deveria ser opcional e não uma imposição. Vale lembrar que o home office, até o momento, continuará até 30 de janeiro de 2021. A CEE/Caixa também cobrou o ressarcimento das despesas com energia elétrica e internet.

Já no que diz respeito ao banco de horas, a Caixa pretende possibilitar que os empregados possam trabalhar duas horas a mais por dia em determinada semana para realizar a compensação de um dia completo, para assuntos de seu interesse, podendo prorrogar as licenças permitidas após negociação com o gestor. Contudo, a CEE lembra que é difícil discutir o tema no momento atual de pandemia que vem exigindo mais dos trabalhadores, mas ressalta que fará uma análise e construirá alternativas junto com as entidades e empregados.

Sobre as contratações, a Comissão já havia enviado um ofício cobrando que a Caixa realize novas contratações, especialmente para suprir o déficit de trabalhadores - que irá aumentar ainda mais com o novo Programa de Demissão Voluntária (PDV). Por sua vez, a Caixa informou não haver autorização da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST) para fazer mais contratações. O banco também defendeu que o perfil dos clientes mudou para um modelo mais conectado e menos dependente das agências. Apesar disso, até o momento, não há previsão do fechamento de unidades - algo que poderia recompor as equipes das unidades restantes.

O recolhimento das funções de empregados que aderiram ao PDV também foi debatido pela Comissão. O banco respondeu que tal movimento já ocorreu em PDVs anteriores, e que as funções consideradas estratégicas não seriam recolhidas. Já sobre o Programa de Incentivo às Práticas de Vendas (PQV), a Comissão destacou que o mesmo responsabiliza o empregado que trabalha para alcançar as metas abusivas impostas pela própria Caixa. Porém, por conta do horário extenso da reunião, o assunto ficou pendente e será abordado novamente em uma próxima negociação.

Outras decisões:
- A CEE reivindicou a renovação do acordo da Comissão de Conciliação Voluntária (CCV), que vence em 31/12/2020. A Caixa respondeu que está alterando a minuta e irá submeter à Comissão, que solicitou que o processo seja agilizado.
- A CEE solicitou novamente a não abertura das agências aos sábados. Houve um compromisso em mesa de negociação por parte da Caixa de que iria negociar junto ao governo um calendário que não necessite do trabalho aos sábados.
- A Comissão pediu ainda um reforço nos protocolos contra a COVID-19 nas unidades.
- GT Promoção por Mérito: questionada pela Comissão, a Caixa respondeu que deve agendar uma data para a próxima semana.
- GT Saúde Caixa: o banco respondeu que houve uma reestruturação na área, e que deve agendar a reunião para os próximos dias.