27/10/2023 09:52

Audiência pública no Senado debate fim de metas abusivas que adoecem bancários

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A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado Federal realizou ontem, 26 de outubro, a tão esperada audiência pública requerida pela Contraf-CUT, a fim de discutir soluções contra o adoecimento da categoria bancária devido às metas abusivas impostas pelos bancos. A audiência foi conduzida pela senadora Augusta Brito (PT-CE). 

Na reunião, representantes dos trabalhadores no setor bancário expuseram os problemas relatados em pesquisa com os trabalhadores bancários, aos quais os bancos não reconhecem o adoecimento mental de seus empregados. Até 2012, os maiores causadores de adoecimento eram as lesões por esforço repetitivo (LER). Hoje, o que mais afastam os empregados de seus postos de trabalho são doenças mentais. 

Essa pesquisa realizada pela Contraf-CUT revelou que em 2012, 35% da categoria tomavam medicamento de tarja preta. Este número foi para 43,9% em 2023. Além desse estudo, as respostas da 25ª Conferência Nacional dos Bancários demonstraram números alarmantes de adoecimento mental dos bancários.

Para os representantes dos trabalhadores, os modelos de gestão bem como a cobrança de metas abusivas e pressão contínua são os principais responsáveis pelas doenças. De acordo com Sirlene Luiza, procuradora do Ministério Público do Trabalho (MPT), são necessárias políticas públicas voltadas para resolver essa questão. “Houve realmente um crescimento substancial no número de afastamentos em função de saúde mental, mas os bancos não reconhecem. Além disso, há subnotificação nas Comunicações de Acidentes de Trabalho (CATs).”

A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), por sua vez, tentou negar a ligação do grande aumento de adoecimentos mentais com a cobrança de metas pelos bancos. Disse ainda que falta diagnóstico para investigar se os sintomas estão realmente relacionados ao trabalho. 

Rebatendo a afirmação da Fenaban, a diretora da Fenae, Rachel de Araújo, lembrou que em pesquisa feita pela entidade mostrou que 6% dos empregados da Caixa foram afastados por algum tipo de doença e que destes, 83% por adoecimento psíquico. “Os motivos são depressão, síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional, ansiedade e tem a ver com a forma como são cobradas as metas, através do assédio.” 

Para o presidente da APCEF/RJ, Paulo Matileti, a saúde dos empregados deve ser priorizada. “Os representantes dos empregados cobram não apenas que os bancos reconheçam, mas que tomem ações contra o adoecimento mental dos bancários e o fim das metas abusivas. Os bancários estão passando por momentos difíceis e precisam de ajuda”, afirma Matileti. 

Confira aqui como foi a Audiência Pública

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