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Mesmo após pressão e protestos dos empregados da Caixa e de seus representantes, o Conselho de Administração do banco aprovou a transferência das loterias para subsidiárias. O ato é extremamente maléfico para a Caixa, seus empregados e a sociedade brasileira, representando grande retrocesso na defesa da Caixa 100% pública e nas ações sociais do banco. 

As loterias federais são administradas pela Caixa desde 1962 e só podem cumprir papel social porque a administração é centralizada no banco público. Os lucros da operação com as loterias voltam, todo ano, para a sociedade, na forma de investimentos sociais. E isso só é possível porque a gestão da Caixa é pública. 

No início de abril, representantes dos empregados da Caixa pediram, em audiência realizada pela Comissão de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados, a suspensão do processo de transferência para as subsidiárias e abertura de diálogo com a sociedade. No entanto, a Caixa não levou nada disso em consideração. 

Com a privatização, os benefícios sociais poderão ser extintos e isso vai além, pois é possível que futuramente as operações de cartão de crédito também sejam transferidas para subsidiárias, o que aumenta ainda mais a preocupação dos empregados e das entidades. Agora fica o questionamento: para onde vai o dinheiro das loterias que era direcionado aos projetos sociais do governo?

A APCEF/RJ, desde o início das conversas sobre a possível transferência das loterias para subsidiárias foi contra por entender o grande retrocesso que isso representaria para a Caixa e para o Brasil. Diante da aprovação, as entidades representativas dos empregados do banco e os sindicatos dos bancários de todo o Brasil já articulam movimento repudiando o ato. 

“A Caixa é o banco dos brasileiros, dos programas sociais e os valores das loterias são destinados para programas sociais do governo federal nas áreas de seguridade social, educação, saúde, cultura, esporte e segurança pública. Agora para onde esses valores irão? Faltará investimentos em áreas de extrema importância no país? O social não pode ser privatizado e não iremos olhar essa calamidade acontecer de braços cruzados. Além de tudo não foi realizado sequer debate com os empregados e a sociedade sobre a transferência das lotéricas para as subsidiárias, mostrando que o intuito desde o início era aprovar a privatização camuflada”, ressalta o presidente da APCEF/RJ, Paulo Matileti.