Conscientize-se: pare de usar expressão de cunho racial
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Com mais de 300 anos de escravatura, o Brasil carrega uma forte carga cultural, principalmente da Língua Portuguesa. É importante lutar contra o racismo estrutural e retirar do vocabulário expressões que têm sua origem no período escravista ou que associam o povo negro a condições pejorativas.
A APCEF/RJ separou alguns dos termos que passam despercebidos no dia a dia do brasileiro, mas contam muito sobre a história de um país marcado pela escravidão:
>> Mulata: a palavra mulata faz referência ao animal mula. No Brasil, o adjetivo mula era usado para se referir às mulheres negras, ou oriundas de um relacionamento mestiço, de forma pejorativa.
>> Denegrir: o significado do verbo denegrir é utilizado como sinônimo de difamar, mas a etimologia da palavra significa tornar negro. A expressão, portanto, faz uma relação entre a negritude e algo maldoso ou negativo.
>> Doméstica: a palavra doméstica se refere às mulheres negras que trabalhavam dentro da casa das famílias brancas e eram consideradas domesticadas, já que os negros eram vistos como pessoas selvagens.
>> Meia tigela: a expressão meia tigela é uma herança do período escravista. Naquela época, os negros que não conseguiam cumprir as metas de trabalho, recebiam apenas metade da porção de comida e eram apelidados de meia tigela. O termo se refere a algo sem valor, medíocre.
>> Inhaca: Inhaca é o nome de uma ilha de Moçambique, país da África Ocidental. Desde a época colonial, o termo é usado para falar de algo com cheiro forte, desagradável. A expressão reforça preconceitos ao associar a ilha, onde a população é majoritariamente negra, a algo desagradável.
Vale ressaltar que o Dia da Consciência Negra foi estabelecido em razão do assassinato, ocorrido em 20 de novembro de 1695, de Zumbi dos Palmares, líder da resistência negra durante o regime escravista brasileiro. O objetivo da data é refletir sobre igualdade racial, equidade de direitos e a inserção dos negros nos mais diversos setores sociais.