14/11/2019 16:43

“Eles que lutem!”

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Com características que tendem a traduzir desejos, sentimentos e vontades populares, os bordões não são coisas do passado. Mesmo travestidos de memes através da internet e redes sociais, eles são muito comuns nos dias de hoje, principalmente entre os jovens, como é o caso da frase: “Eles que lutem!”, utilizada quando se quer dizer “o problema não é meu” ou “quero que eles se danem”. Outro exemplo de bordão é a expressão “Não é brinquedo, não!” lançado na novela O Clone, no ano de 2001, que continua sendo utilizado quando se deseja dizer que determinada situação não é tão fácil de ser realizada quanto parece.

Os dois bordões aqui citados podem muito bem serem utilizados para demonstrar vontades e desejos dos envolvidos com a MP 905/19 – que altera a jornada de trabalho bancária de 6 para 8 horas e determina expediente aos sábados e feriados –, dependendo do lado que estejam.

“Eles que lutem!” tem bem a cara do presidente Jair Bolsonaro. Traduzindo para o contexto do lançamento da Medida Provisória, poderia ser interpretado como: “Quem manda sou eu”; “Quero que os trabalhadores se explodam”; “Chicotada neles”; “Eles que se virem”; “Tá ok?”.

Já o bordão “Não é brinquedo, não!” pode tranquilamente ser usado pelos bancários – que estão tendo seus direitos extirpados pelo atual governo –, para dizer que a MP 905/19 não será tão facilmente enfiada goela abaixo e que haverá resistência.

Sindicatos e demais entidades representativas estão há anos brigando contra os que, de uma forma ou de outra, atuam em oposição aos interesses dos trabalhadores. Lamentavelmente, mesmo recebendo indicações e orientações, muitos bancários, no período eleitoral, pareciam usar vendas nos olhos para não enxergar o que estava por vir. Resultado: votaram no carrasco fascista que hoje arranca seus direitos.

Mas não vamos esmorecer. O momento requer muita união e fortalecimento. Por ser provisória, a medida lançada pelo governo pode ser barrada e não virar lei. Mas para isso, tem que haver luta e trabalho junto aos deputados e senadores. Os sindicatos e demais entidades representativas das categorias precisam ser cada vez mais fortalecidos, pois são eles os principais condutores das lutas e defesa dos direitos dos trabalhadores.

Vamos inverter esse jogo. Vamos deixar claro que não aceitamos o que diz a MP 905/19. Vamos envolver o Congresso nessa discussão e buscar a não aprovação da referida medida. O momento é de união e força de luta entre os bancários, independentemente de ser caixa, gerente ou da área meio. A resistência tem que ser mantida. Se o caminho para a vitória tiver que passar pela paralisação, que assim seja. De forma alguma fugiremos dessa luta.

Vamos juntos mostrar a eles que mexer com direitos dos bancários “Não é brinquedo, não!”. Vamos lutar pela manutenção dos nossos direitos e dizermos: “Eles que lutem!”.

 

Paulo Matileti

Presidente da APCEF/RJ

 

 

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