15/04/2025 08:06

Entrevista com Jair Ferreira revela conquistas e visão de futuro na gestão da Diben da Funcef

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Em um período marcado por desafios e transformações, a Diretoria de Benefícios da Funcef tem se destacado por uma gestão focada na transparência, na proximidade com os participantes e no fortalecimento dos planos de previdência. À frente da Diben desde 2022, Jair Ferreira conduz um trabalho que alia experiência, diálogo e responsabilidade. Sob sua liderança, a Fundação avançou com medidas concretas, como a redução do equacionamento, a atualização da meta atuarial e o incentivo à educação previdenciária, ações que reforçam o compromisso com a segurança e a sustentabilidade dos benefícios. Nesta entrevista à APCEF/RJ, Jair Ferreira compartilha os caminhos trilhados, os resultados alcançados e a visão de futuro para a Funcef.

APCEF/RJ - O senhor entrou na Diben em julho de 2022. Qual a plataforma de atuação da diretoria que foi adotada?
Jair Ferreira: O mandato foi eleito sob o lema da defesa da transparência na gestão da Funcef e a execução de ações mais participativas e colaborativas, de forma que os participantes fizessem parte das decisões. Enfrentamos desafios logo de cara: encontramos um quadro funcional de atendimento que era insuficiente para as demandas necessárias e precisamos reorganizar. Inclusive o TI da Funcef precisou ser readequado, diante de medidas irregulares na substituição de sistemas de banco de dados, de segurança cibernética e pelo sucateamento do parque tecnológico promovidos por gestões anteriores. Quando avaliamos as estruturas e funcionalidades, conseguimos propor negociações com a Patrocinadora para consolidar melhorias e aprimoramentos, a exemplo da consolidação do REB ao Novo Plano, a redução do equacionamento e atualização da meta atuarial.

APCEF/RJ - Em relação à Funcef, quais os principais problemas que precisaram ser enfrentados?
Jair Ferreira: Foi necessário fazer uma revisão dos trabalhos das Comissões Técnicas de Apuração (CTA), a partir de uma força interdisciplinar das Diretorias para reavaliar os diversos processos que tramitam na justiça, as denúncias relacionadas às regras previstas na Consolidação das Leis de Trabalho (CLT) e as de natureza disciplinar, conforme os normativos internos.  Em decorrência, nós demos atenção especial para resolver pendências do contencioso gerado por ações judiciais com sentença definitiva e reduzir o provisionamento para processos em andamento.  
Apresentamos o levantamento de três mil processos sobre temas relacionados ao contrato de trabalho com a Caixa, não incluídos no acordo operacional de 2013. Nós dispomos de mecanismos de conciliação com os empregados e ex-empregados e cumprimos as ordens judiciais.

APCEF/RJ - Como isso impacta as finanças da Funcef?
Jair Ferreira: Obviamente nos cabe cumprir as decisões judiciais e por isso separamos recursos para eventuais perdas.  A Funcef costuma ser incluída como ré nas ações em que o participante deseja discutir o contrato de trabalho com a Caixa, e também em ações acerca do contrato previdenciário. Se o participante obtiver decisão favorável na Justiça, a Funcef atualiza os valores do benefício e administra o impacto financeiro provocado na reserva do plano. Dos processos apurados, 1.743 são relacionados a rubricas salariais de natureza trabalhista, que totalizam mais de R$ 1,4 bilhão. A distribuição por planos mostra que o REG/Replan Saldado é o mais impactado, com R$ 1,038 bilhão, seguido pelo REG/Replan Não Saldado (R$ 381,3 milhões), REB (R$ 27,2 milhões) e Novo Plano (R$ 8,2 milhões). Ainda há processos do período anterior ao apurado pela Funcef que recaíram sobre os participantes e que não são de responsabilidade da Fundação, mas nosso esforço é de que todo o contencioso resultado de dívidas trabalhistas seja pago pela patrocinadora. 

APCEF/RJ - Esse ano de 2025, o SEST e a PREVIC aprovaram a redução do equacionamento. O que significa essa conquista para os participantes?
Jair Ferreira: Eis um assunto importantíssimo em que tivemos atuação diligente. As medidas para o equacionamento foram aprovadas pela Funcef e CAIXA em outubro e novembro de 2024, respectivamente. Por se tratar de alterações no regulamento do REG/Replan Saldado, a proposta teve que ser submetida aos órgãos reguladores (SEST e Previc) antes de ser implementada. A redução do equacionamento afeta mais de 55 mil participantes do plano. 
Para a construção da proposta de redução de 43% do equacionamento do REG/Replan Saldado, a Funcef ouviu 12 entidades representativas com atuação nacional. As medidas se baseiam no relatório final do Grupo de Trabalho da Fundação e da CAIXA, que reuniu especialistas com a missão de estudar e propor alternativas viáveis ao equacionamento. Em setembro de 2024, uma consulta pública foi realizada e 67% dos participantes do plano foram favoráveis à proposta.
O conjunto de medidas ajustado gera alívio nos valores das contribuições extraordinárias mensais pagas atualmente pelos participantes ativos, pensionistas e aposentados do plano. 

APCEF/RJ - Outra notícia importante foi a atualização da meta atuarial. O que isso muda nos planos?
Jair Ferreira: A meta atuarial é fator que indica a saúde financeira dos planos de benefício. Com a alteração, praticamente eliminamos o risco de novos equacionamentos, nos dá mais alívio, segurança e garante a solvência dos planos. Em dezembro de 2024, a meta atuarial dos planos de previdência da Funcef foram readequados.  A taxa do REG/Replan Saldado foi alterada de 4,5% + INPC para 4,75% + INPC; e dos demais planos para 4,85% + INPC. Essa atualização foi muito importante para o saldo dos planos. Ao ajustar a meta ao perfil do plano e à carteira de investimentos, aperfeiçoa-se os valores pagos. Efetivamente, quem se enquadra no Fundo de Acumulação de Benefício (FAB) e no REB/ Novo Plano sentirão um aumento na rentabilidade. Os demais não sofrerão alteração de valor. É importante frisar que decisão de dezembro proporcionou um impacto de R$ 2 bilhões nos números da Funcef. 
Diante da especificidade do tema, a Fenae lançou a campanha “A Meta em Seu Benefício”. A campanha tem o objetivo de explicar o tema de forma acessível e direta, mostrando como cada decisão acerca das metas atuariais afetam o futuro financeiro dos participantes.

APCEF/RJ - Um assunto que sempre assusta os participantes se trata das dívidas de empréstimos. O programa Zero Dívida foi lançado e quais foram os resultados?
Jair Ferreira: O programa Zero Dívida ajudou os participantes da FUNCEF a renegociarem R$ 57,5 milhões em pendências de empréstimos ao longo de 2024. O montante recuperado superou em 81% o volume registrado no ano anterior. A Funcef é pioneira nesta política permanente, que por óbvio traz alívio ao orçamento dos participantes e facilita a regularização de cadastro nos órgãos de proteção ao crédito. Renegociamos mais de 1,3 mil contratos em 2024, o que comprova o sucesso do Zero Dívida. Além de condições bem favoráveis, os aposentados, pensionistas e colegas da ativa podem se tornar novamente elegíveis aos empréstimos da Funcef. 

APCEF/RJ - Uma das principais inovações adotada pela sua gestão foi a educação previdenciária. Como isso melhorou a relação com os participantes?
Jair Ferreira: As ações para a Educação Previdenciária são a nossa “menina dos olhos”. Trata-se de formações e campanhas que conscientizam, e fortalecem os nossos vínculos com os participantes. Temas sobre poupança previdenciária e ampliação de conhecimentos sobre os benefícios do Novo Plano de previdência da Caixa ajudam no processo de transparência da gestão. 
Entre os anos de 2022 e 2025, 378 ações educacionais foram realizadas entre 77 eventos pelo Brasil, 12 campanhas e que envolveu 54.892 participantes. Apenas no ano de 2024, obtivemos mais de 735 novas inscrições, revertemos o cancelamento de 56 participantes e foram feitas mais 37 operações de aporte. 

APCEF/RJ - Então se pode dizer que os resultados das campanhas de ação previdenciárias alteraram a percepção de diálogo com os participantes?
Jair Ferreira: Sem dúvidas!  Com as ações, aumentamos a arrecadação dos participantes em 2024, considerando a contribuição participante e patronal, em mais de R$ 27,3 milhões. Mais de 1900 pessoas aumentaram o percentual de contribuição. É um resultado bastante expressivo, alcançado com ações educativas e informacionais.  Os encontros ainda incentivam a adesão e reversão de cancelamento do Novo Plano. 
Os encontros e campanhas contêm informações sobre as vantagens fiscais do plano de previdência; sobre como planejar a aposentadoria; otimizar o saldo de conta individual; conhecimento das regras para proteção da família. Ou seja, é um momento fundamental para conscientizar e fortalecer vínculos entre os participantes. 
Para cada real destinado ao Novo Plano, a Caixa coloca outro real até o limite de 12% do salário. A pessoa guarda cerca de ¼ de salário e ganha já 100% na largada. É um investimento seguro, muito rentável e que não é tributado pelo Imposto de Renda. Um verdadeiro gol de placa de nossa gestão.

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