Fechamento de agências enfraquece a missão pública da Caixa e prejudica a população
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Deem o nome ou apelido que quiserem, seja reestruturação, alinhamento de gestão, reorganização, ajuste de rumo ou politicagem. O fato é que a população brasileira segue crescendo enquanto o número de agências da Caixa diminui ano após ano. Entre janeiro de 2024 e setembro de 2025, dados divulgados pela Contraf-CUT registram o fechamento de 163 unidades, um movimento que fere diretamente o papel social do maior banco público do país.
Quando foi fundada em 1861, ainda no Império, a Caixa já nasceu marcada pela função social. Seus cofres acolhiam as pequenas economias de escravizados que guardavam seus tostões para comprar a própria alforria. Desde então, sua razão de existir é o interesse público, jamais o lucro. Por isso, nenhuma gestão consegue explicar de forma aceitável por que um banco criado para ampliar direitos escolhe hoje encolher sua presença no território nacional.
Nenhuma explicação administrativa é capaz de justificar esse recuo. A Caixa é responsável por políticas fundamentais para milhões de brasileiros, como habitação popular, FGTS, Bolsa Família, INSS, Seguro-Desemprego e PIS/Pasep. Em cidades do interior e também em bairros periféricos das capitais, inclusive aqui no Rio de Janeiro, onde a exclusão digital ainda limita o acesso a direitos, aplicativos não substituem acolhimento, orientação e atendimento presencial.
Quando reduz sua rede física, a direção da Caixa enfraquece economias locais, amplia as dificuldades de quem depende do banco diariamente e impõe incertezas a trabalhadoras e trabalhadores que muitas vezes são empurrados para reorganizações abruptas, forçados a mudar de cidade para manter seus empregos. A decisão atinge a essência de uma instituição criada para servir ao interesse público, e não a conveniências políticas.
A Caixa pertence ao povo brasileiro. Fechar agências significa fechar caminhos para direitos básicos. Defender sua presença em todos os lugares é defender cidadania, desenvolvimento e a função social que a Caixa jamais deve abandonar.
“O fechamento de agências repete antigos processos de esvaziamento que nunca serviram ao país. Um banco público não pode encolher quando o Brasil pede mais presença e compromisso. A Caixa não pode ser moeda de troca política nem instrumento de interesses de ocasião. Sua responsabilidade é maior que qualquer governo, presidente ou gestão. Cada agência fechada enfraquece direitos, afasta a população e fere a missão pública que sustenta a Caixa como banco social”, afirmou Paulo Matileti, presidente da APCEF/RJ.

