12/07/2024 09:55

Igualdade de oportunidades é prioridade para bancárias em Consulta Nacional

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Acesse as redes da Apcef/RJ:

O tema igualdade de oportunidades aparece em primeiro lugar para as mulheres bancárias em termos de cláusulas sociais, de acordo com a Consulta Nacional da Categoria Bancária realizada com quase 47 mil trabalhadores do ramo neste ano. Para 65% das mulheres, a igualdade de oportunidades foi apontada como a principal prioridade. Em contraste, para a maioria dos homens a principal preocupação foi a manutenção de direitos, com a igualdade de oportunidades figurando apenas na sexta posição. As informações foram apresentadas em reunião ocorrida ontem, 11 de julho, entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban.

Esse resultado evidencia a percepção clara das mulheres bancárias sobre a desigualdade salarial e de ascensão profissional dentro das empresas e elas estão certas. Dados apresentados baseados em um relatório do Dieese com informações da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) de 2022, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), mostram a existência de grande desigualdade salarial e de acesso no setor bancário.

Apesar de representarem quase 48% da categoria, as bancárias têm uma remuneração média 20% inferior à dos homens bancários. O recorte racial mostra uma distorção ainda mais acentuada: as mulheres bancárias negras (pretas e pardas) recebem, em média, 36% menos que os homens bancários brancos. Devido a essa diferença, para que as mulheres negras tenham a mesma remuneração que seus colegas homens brancos, elas precisariam trabalhar um mês de 48 dias ou mais 7 meses por ano.

“O retrato da nossa categoria reflete esse cenário nacional preocupante da desigualdade entre homens e mulheres. Isso mostra que as desigualdades precisam ser combatidas, pois não há justificativas para que as mulheres recebam menos que os homens e não consigam escalar melhores posições em suas carreiras”, destaca o presidente da APCEF/RJ, Paulo Matileti. 

Na reunião realizada entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban também foram debatidos os seguintes pontos: 

Questão racial - Apesar de negros e negras representarem mais de 56% da população, segundo o IBGE, compõem 26,2% da categoria bancária, sendo que as mulheres negras apenas 12% do total de trabalhadores no setor. Esse dado, da Rais de 2022, mostra uma leve melhora no setor, considerando que, dez anos antes, em 2012, negros e negras representavam 18,9% da categoria. Também há diferença salarial significativa entre homens bancários brancos e negros, com o segundo grupo recebendo remuneração média de 78,9% da remuneração média dos brancos. 

Redução de mulheres na TI - Os bancários também mostraram que está havendo uma redução de mulheres contratadas em todos os cargos do setor. Entre janeiro de 2020 e maio de 2024, houve redução de 11.514 postos. Porém, quando é feito o recorte de gênero, o saldo positivo de emprego bancário entre homens foi de 1.331 postos, enquanto para as mulheres, foram eliminados 12.845 postos. Portanto, a cada um homem contratado no período, nove mulheres foram desligadas. Nesse período, na área que teve mais contratação nos bancos, a de TI, ocorreram 19,9 mil admissões, porém, desse total 78% das vagas destinadas aos homens e o restante (22%) às mulheres.

Canais de combate ao assédio - A secretária da Mulher da Contraf-CUT e coordenadora da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), Fernanda Lopes, cobrou informações sobre a implementação das cláusulas conquistadas nas campanhas de 2020 e 2022, de prevenção e combate à violência doméstica e familiar e de combate ao assédio sexual.

Reivindicações - Cumprimento da Lei da Igualdade Salarial entre homens e mulheres, especificamente no ponto sobre o Relatório de Transparência Salarial: Correção e adequação dos relatórios divulgados; Que divulguem os dados por empresa e não somente por estabelecimento (CNPJ); Que tragam o número absoluto de trabalhadores e trabalhadoras; E que os relatórios sejam compartilhados com os trabalhadores e com o Comando Nacional dos Bancários, para facilitar o acompanhamento. - Realização do 4º Censo da Diversidade da categoria, o último foi divulgado em 2019. Neste ponto, os trabalhadores lembraram que a realização do Censo da Diversidade é um compromisso firmado na CCT para ser realizado a cada cinco anos, período vencido. - Olhar especial para as trabalhadoras e os trabalhadores transexuais, dada a vulnerabilidade social desse grupo, para que, além de terem acesso às vagas no setor, consigam permanecer e ascender na carreira. - Adesão de todos os bancos ao Programa Empresa Cidadã, para que todos pratiquem a licença maternidade de 180 dias e paternidade de 20 dias. - Programas de promoção de acesso à ascensão de negros e negras, além de igualdade salarial para toda a categoria. - Programas de promoção para acesso e permanência de mulheres nas áreas de TI. - Balanço, por bancos, sobre a implementação e realização dos programas de combate ao assédio e de violência doméstica.

Calendário

- Julho

18 e 25/07 – Saúde e condições de trabalho: incluindo discussões sobre pessoas com deficiência (PCDs), neurodivergentes e combate aos programas de metas abusivas

- Agosto
6 e 13/08 – Cláusulas econômicas
20/08 – Em definição
27/08 – Em definição
 

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