17/08/2020 15:47

Na luta contra privatização da Caixa, Deputado Alessandro Molon concede entrevista exclusiva à APCEF/RJ

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Alessandro Molon foi por oito anos deputado estadual, tendo conseguido atuação destacada na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ). Atualmente, ele é deputado federal e líder da oposição na Câmara dos Deputados. Em entrevista exclusiva à APCEF/RJ, ele solta o verbo e diz porque é contra a Medida Provisória 995/2020, que visa privatizar a Caixa Econômica, bem como porque os partidos de oposição ao governo Bolsonaro (PT, Psol, PC do B, PDT, Rede e PSB) entraram no Supremo Tribunal Federal (STF) com Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) contra a MP 995/2020.

APCEF/RJ – A Medida Provisória 995/2020 que atenta contra o povo brasileiro não passa também por cima do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal?
Alessandro Molon – Sem dúvida. O STF havia definido que a privatização de empresas estatais dependeria de aprovação do Poder Legislativo, mas abriu a possibilidade de as subsidiárias serem privatizadas sem passar pelo crivo do Congresso Nacional. Com essa Medida Provisória, o governo busca fatiar a Caixa, jogar seus ativos relevantes para empresas vinculadas e, com isso, privatizá-la sem passar pela avaliação do Legislativo. Por isso, ingressamos no Supremo Tribunal Federal com uma ação para impugnar a medida e trabalharemos para derrubá-la no Congresso quando a MP for apreciada.

Se a MP 995 for sancionada, a Caixa poderá não ter mais condições de cumprir seu papel social. Na verdade, a quem interessa a Caixa deixar de ser 100% pública?
Alessandro Molon – Bancos públicos têm um papel crucial para o desenvolvimento econômico. Eles atuam não somente como agentes de indução ao crescimento, como também, e isso se destaca no caso da Caixa, como executores de políticas públicas e bancarização da população mais pobre. O auxílio emergencial deu provas da importância de bancos públicos com capilaridade em todo o país. Quem quer destruir bancos públicos não tem compromisso com um projeto de nação soberana e desenvolvida.

O que o povo brasileiro e os empregados da Caixa podem esperar da Câmara dos Deputados e do senhor para cessar essa busca do governo Bolsonaro pela privatização da Caixa?
Alessandro Molon – Além da ação judicial que apresentamos junto ao STF, faremos toda a luta para que a Medida Provisória seja rejeitada por não atender aos pressupostos constitucionais de urgência e relevância, mas, sobretudo, por ser contrária ao interesse público. Seguiremos na trincheira de defesa dos interesses nacionais e de um projeto de país soberano, próspero e solidário.

Qual mensagem o senhor deixa aos empregados da Caixa, principalmente aos do estado do Rio de Janeiro:
Alessandro Molon – Quero em primeiro lugar deixar uma mensagem de solidariedade e de agradecimento aos funcionários da Caixa por seus esforços em viabilizar o auxílio emergencial, apesar de toda a tentativa do governo de atrasar sua aprovação e sua implementação. E quero também dizer que contem conosco na defesa desse banco público que desempenha um papel social extraordinário, essencial para um projeto de Brasil que atenda ao conjunto da população, e não apenas aos grupos que conseguem acessar facilmente o sistema financeiro privado. A Caixa é um patrimônio nacional e estaremos juntos na defesa de seu caráter público.

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