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Recepcionistas, copeiras e telefonistas terceirizadas que atuam em agências da Caixa Econômica Federal no Rio de Janeiro enfrentam um problema recorrente: o atraso no pagamento do ticket alimentação. A empresa terceirizada responsável pela contratação dessas profissionais, a Multi Service, comunicou aos seus colaboradores que o crédito do benefício referente a maio de 2025 será feito apenas no dia 23, ou seja, no final do mês, comprometendo o planejamento alimentar de dezenas de famílias.

Segundo os trabalhadores, essa não é a primeira vez que a empresa oficializa atrasos. Apesar das reclamações constantes, a prática se repete em outros meses, como se fosse algo normal. No entanto, a Lei nº 14.442/2022 é clara ao afirmar que o auxílio-alimentação deve ser disponibilizado de forma pré-paga. O artigo 3º, inciso II da norma veda expressamente prazos de repasse que descaracterizem essa condição, obrigando o empregador a garantir que os valores estejam disponíveis antes do período de uso.

O descaso com os trabalhadores terceirizados é ainda mais grave por envolver uma empresa prestadora de serviços à Caixa, instituição pública reconhecida pelo seu papel social. Espera-se que o banco exija da terceirizada o cumprimento da legislação e o respeito aos direitos dos profissionais que colaboram com o seu funcionamento diário. 

“O que está acontecendo é um desrespeito inaceitável. Estamos falando de um direito básico, que tem impacto direto na alimentação das famílias dessas trabalhadoras. A Caixa, como empresa pública, não pode se omitir diante de práticas tão abusivas por parte de suas terceirizadas”, afirma Paulo Matileti, presidente da APCEF/RJ.