Trabalho remoto em colapso, agências fechando e mais pressão: até onde a direção da Caixa vai chegar?
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Desde o início de julho, empregados da Caixa enfrentam sérias dificuldades para acessar as plataformas VDI e VPN, essenciais ao trabalho remoto. A falha, que já dura semanas, tem impedido o andamento de tarefas básicas, comprometendo a produtividade e o bem-estar de quem trabalha de casa. Nos corredores, comenta-se que a situação será normalizada em 1º de agosto, mas a direção do banco segue em silêncio.
O teletrabalho trouxe ganhos reais para os empregados e para a empresa. Interrompê-lo de forma abrupta e sem justificativa soa como retrocesso. Estaria a Caixa, intencionalmente, desestimulando essa modalidade?
Esse cenário, no entanto, não é isolado. Desde o ano passado, a direção do banco vem conduzindo um processo de reestruturação que, na prática, tem encolhido a presença da Caixa em todo o país. Mais de uma centena de unidades foram fechadas, e há indícios, percebidos por relatos dos próprios trabalhadores, de que novos fechamentos podem ocorrer já em agosto. Nas agências, o clima é de apreensão: equipes enxutas, metas cada vez mais altas e a constante ameaça de transferências compulsórias.
A reestruturação, que mais parece desmonte, também avança na estrutura de remuneração. O novo programa SuperCaixa, anunciado como modernização, na verdade representa mais uma forma de restringir o pagamento de comissões. A proposta prevê a unificação do TDV (Tempo Dedicação Variada) e do Bônus Caixa, mas impõe novas barreiras, exige metas mais difíceis de serem atingidas e estipula o limite de número de dias de licenças médicas como meta. O resultado é um ambiente ainda mais exaustivo, com menos reconhecimento e mais pressão sobre quem sustenta a Caixa com seu trabalho.
Tudo isso deixa uma certeza: a direção do banco precisa dar respostas. E ainda mais para as seguintes perguntas: qual é o plano para a Caixa? Que tipo de gestão ignora seus trabalhadores, fecha agências e esvazia o diálogo?
"A APCEF/RJ seguirá firme, acompanhando esses problemas e na luta em defesa dos direitos dos empregados e da Caixa 100% pública. Tem que haver transparência, diálogo e respeito por parte da direção do banco. O que está em jogo é o futuro da empresa, dos seus trabalhadores e da população que mais precisa", disse Paulo Matileti, presidente da APCEF/RJ.